Goleiro Bruno é apresentado no Boa Esporte (Foto: Divulgação/Lúcio Adolfo) |
A primeira pergunta feita na coletiva já deixou o jogador desconfortável. Bruno foi questionado se está se considerando digno de voltar a vestir a camisa de um clube de futebol após os anos em cárcere. Sem cerimônias, o atleta afirmou que não responderia à questão.
“Eu estou muito feliz pela oportunidade dada. Venho me preparando há alguns anos para isso. As pessoas correm de mim pelo o que aconteceu no passado. O Boa está abrindo portas e eu estou muito feliz, motivado. Agradeço a vocês por estar aqui. Deus está abrindo as portas para a gente. Tenho certeza que é Deus”, afirmou e agradeceu o goleiro na coletiva.
Condenado a 22 anos e três meses de prisão em 2013 por participar do sequestro e assassinato de sua então namorada, Eliza Samúdio, em 2010, Bruno conseguiu o habeas corpus em fevereiro e foi liberado após seis anos e sete meses de pena cumprida. Pouco tempo após sua soltura, o goleiro fechou contrato com o Boa Esporte, da segunda divisão do futebol mineiro.
“Hoje eu percebo que (amigos) não é quantidade, é qualidade. Eu esperava o apoio de algumas pessoas que me surpreenderam e, tudo o que aconteceu, fez perceber quem realmente estava do meu lado e quem não estava”, acrescentou o ex-Flamengo.
Logo após a oficialização da contratação do jogador, o Boa Esporte vem perdendo seus patrocinadores por represália à negociação. O clube já sofreu com a saída de seu patrocinador master, além de também ter perdido seu fornecedor de materiais esportivos.
Ainda preso, o goleiro chegou a assinar contrato com o Montes Claros, mas não pode se transferir para a cidade mineira para poder treinar com o clube. “Sonhar nunca é demais. Acho que o Bruno vive de sonhos. Um dia eu sonhei em estar aqui de volta e estou tendo esta oportunidade. Vou trabalhar e fazer o meu melhor aqui dentro do Boa. Coisas vão acontecendo e vai fluir naturalmente”, completou.
Gazeta Esportiva