Mercedes dominou completamente a F1 em 2016 (Foto: Nelson Almeida/AFP) |
A temporada de 2017 da Fórmula 1 começa no próximo domingo, com o Grande Prêmio da Austrália, no Circuito de Albert Park, em Melbourne. Apesar de não ter se passado muito tempo desde o fim do último campeonato, diversas coisas mudaram na categoria, o que poder fazer com que a atual disputa seja mais equilibrada e emocionante.
Em 2016, a Mercedes dominou completamente o Mundial. Das 21 corridas disputadas, a equipe alemã venceu 19, sendo dez com Lewis Hamilton e nove com Nico Rosberg, que se sagrou campeão pela primeira vez na carreira, decidindo aposentar-se cinco dias depois do título.
Para esta nova temporada que está prestes a começar, a disputa entre as escuderias promete ser mais acirrada, sem que um único time se sobressaia. A intenção é voltar a deixar a Fórmula 1 mais competitiva, visto que os índices de audiência da categoria vêm caindo. Diante desse cenário, confira abaixo quatro pontos essenciais para conhecer antes do início da temporada de 2017.
Mudança no regulamento
Para a temporada de 2017, a Fórmula 1 decidiu alterar as regras aerodinâmicas da categoria, buscando um campeonato mais equilibrado. Além disso, as alterações podem fazer com que os pilotos ganhem cinco segundos por volta, deixando a F1 mais rápida e, consequentemente, mais interessante para os fãs ao redor do mundo.
Dessa maneira, uma das mudanças realizadas foi a volta da “barbatana de tubarão” e da asa dupla, que trazem mais aderência nas curvas e, com isso, maior velocidade.
Além disso, também ocorreram alterações nos pneus, que ficaram mais largos e resistentes, o que trará mais estabilidade ao piloto e ao carro, já que a aderência será aumentada. Dessa maneira, o tempo será diminuído quando comparado ao modelo usado em 2016, por exemplo, fazendo curvas com maior velocidade, além de poder diminuir o número de paradas nos boxes, já que a resistência será maior.
Atrelado ao aumento dos pneus, os carros também tiveram que se adaptar e aumentaram, ficando mais largos e mais pesados. Além disso, será permitido às equipes desenvolver motores ao longo da temporada, sendo que não há limite para o número de modelos, o que pode fazer com que um time corrija um projeto ruim no meio do campeonato.
Pré-temporada
A pré-temporada da Fórmula 1 em 2017 foi dividida em dois testes, sendo o primeiro de 27 de fevereiro a 2 de março, e o segundo de 7 a 10 de março, ambos no Circuito da Catalunha, em Barcelona. Nos treinos antes do início oficial do campeonato deste ano, foi possível notar os reflexos da mudança do regulamento, visto que os carros mostraram-se rápidos.
Aliás, os testes em Barcelona evidenciaram que duas equipes começarão fortes o Mundial em 2017: Mercedes e Ferrari, que se alternaram no topo em sete dos oito dias da pré-temporada. O único que liderou um treino que não tenha sido de ambos os times foi Felipe Massa, da Williams, primeiro colocado no início da segunda bateria de testes.
Apesar de ter liderado três dias, um com Lewis Hamilton e dois com Valtteri Bottas, a Mercedes não foi o principal destaque da pré-temporada, já que era esperado que a atual tricampeã se mantivesse rápida. O que chamou a atenção foi o desempenho da Ferrari, que conseguiu não só manter, como superar a velocidade dos alemães. Dessa maneira, Kimi Raikkonen foi o mais veloz em três sessões, e Sebastian Vettel cravou o tempo mais rápido da prática em Barcelona.
Liberty Media compra a Fórmula 1
Em janeiro, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) autorizou que a Liberty Media, corporação de mídia norte-americana, comprasse a Fórmula 1, passando a deter os direitos da categoria. A compra foi aprovada pelos acionistas da empresa, que já começou a fazer mudanças na F1.
O primeiro ato de grande impacto da Liberty Media foi tirar Bernie Ecclestone do comando da categoria, após atuar como chefe da Fórmula 1 por praticamente 40 anos. O britânico foi destituído de suas funções e não tem mais poder.
Em seu lugar, a empresa colocou Ross Brawn, que tem extensa carreira no mundo automobilístico, tendo trabalho na Benneton, na Ferrari, na Honda, na Brawn e na Mercedes. Contudo, o poder do britânico não será soberano, e sua função será dividida. Enquanto Ross cuidará da parte esportiva da F1, Sean Bratches, executivo da ESPN, atuará na área comercial.
Troca de pilotos nas equipes
A nova temporada da Fórmula 1 também será diferente da anterior pela grande mudança de parcerias nas equipes. Após o fim do último Mundial, o maior destaque foi a aposentadoria do alemão Nico Rosberg cinco dias após a conquista de seu primeiro e único título. Com isso, a Mercedes teve que agir rápido para buscar um piloto forte para ocupar a vaga deixada pelo atual campeão.
A escolha da Mercedes foi Valtteri Bottas, que passou os últimos quatro anos na Williams. O finlandês será o companheiro de Lewis Hamilton, que lutará pelo quarto título mundial em 2017.
Com a saída de Bottas, a Williams buscou um nome experiente para a vaga, já que o outro piloto da equipe é o canadense Lance Stroll, de apenas 18 anos, que fará sua primeira corrida pela categoria. Assim, a equipe britânica acertou o retorno do brasileiro Felipe Massa, que havia anunciado sua aposentadoria após o fim da temporada de 2016, mas voltou atrás na decisão para firmar contrato de um ano com o time.
Já a McLaren promoveu o piloto de testes da equipe, o belga Stoffel Vandoorne, para substituir o campeão mundial Jenson Button. O jovem piloto, contudo, não fará sua estreia na categoria, já que disputou o Grande Prêmio do Bahrein em 2016, no lugar de Fernando Alonso, que havia se machucado na corrida na Austrália. Apesar de ser sua estreia, Vandoorne foi bem e terminou na décima colocação, conquistando um ponto, e mostrando que está preparado para, agora, dividir os boxes com Alonso.
Outras quatro equipes também anunciaram mudanças de pilotos para 2017. A Force India seguiu com o mexicano Sergio Pérez e ainda contratou Esteban Ocon, que atuava na Manor, e entrou no lugar do alemão Nico Hulkenberg, que foi para a Renault. Esta, por sua vez, permaneceu com o britânico Jolyon Palmer.
A Sauber, que decidiu não renovar o contrato do brasileiro Felipe Nasr, que correu pela categoria nas duas últimas temporadas, optou por ficar com o sueco Marcus Ericsson, e ainda adicionou o alemão Pascal Wehrlein à equipe, ex-Manor, time que não integra o grid da temporada 2017 da Fórmula 1. Por fim, a Haas ainda terá o francês Romain Grosjean e contratou o dinamarquês Kevin Magnussen, ex-Renault, para o lugar do mexicano Esteban Gutiérrez, que deixou a categoria.
Gazeta Esportiva