Caso de febre maculosa é registrado em Aracaju

Para haver transmissão da doença, o carrapato infectado precisa ficar por um tempo prolongado fixado na pele das pessoas

Carrapato estrela é o vetor da bactéria que transmite a febre maculosa | (CRÉDITOS: Arquivo/Marketing Unoeste/arquivo)

Sergipe registrou um caso de febre maculosa. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (28), pela Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju, onde reside o paciente, um adolescente de 15 anos. Ele convive diariamente com cavalos, cães e galinhas e não tem histórico de viagem recente. O paciente já recebeu alta, está bem e segue rotina normalmente.

A morte de três pessoas por febre maculosa no Brasil, em junho, chamou a atenção para os riscos da doença, transmitida pelo carrapato.

Para haver transmissão da doença, o carrapato infectado precisa ficar por um tempo prolongado fixado na pele das pessoas. Os carrapatos mais jovens e de menor tamanho são os mais perigosos, porque são mais difíceis de ser vistos. Não existe transmissão da doença de uma pessoa para outra.

Segundo a Secretaria Munida Saúde, esse é o primeiro caso da doença desde o ano de 2007 no estado.

Histórico

No dia 19 de junho, o adolescente, que mora no Bairro Porto Dantas, procurou o Hospital Regional José Franco Sobrinho, localizado no município de Nossa Senhora do Socorro, com quadro de febre, náusea, cefaleia, dor abdominal, mialgia, prostração, astenia e tosse piosanguinolenta (sintomas leves). Foi realizado coleta para febre maculosa e arboviroses, cujo resultado do dia 22 de junho foi positivo para chikungunya. Após melhora do quadro, paciente recebeu alta no dia 26 de junho.

O resultado da primeira coleta para PCR, que detectou febre maculosa, saiu em 20 de julho. O Centro de Informações Estratégicas em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde segue em monitoramento do paciente, aguardando o resultado da segunda amostra da sorologia e dos carrapatos recolhidos no cavalo.

Ações

Após a confirmação, uma equipe do Centro de Controle de Zoonozes esteve no endereço do paciente para iniciar as investigações sobre o caso. Familiares relataram que o jovem tem o hábito de circular no bairro montado a cavalo, e que leva o animal para se banhar em um riacho da localidade, conhecido como Riacho do Moreno. A residência é toda revestida, e não foi encontrado carrapato no ambiente interno e nem na parte externa da casa. Entretanto, no cavalo da família foram coletados carrapatos e encaminhados para análise no Laboratório Central de Saúde Pública de Sergipe (Lacen).

A equipe do Centro de Controle de Zoonozes realizou um bloqueio e desenvolveu ações em sete quarteirões, com 160 residências visitadas, sendo realizados as seguintes ações: educação em saúde para a população acerca da doença a fim de conscientizá-los; busca ativa de pessoas e animais com sintomas, o qual não foi identificado nenhum caso suspeito; realizada coleta de carrapatos em dois eqüinos; identificado dois terrenos onde ficam os cavalos como ambientes favoráveis a presença do carrapato; realizado coleta de sangue nos treze cães domiciliados, restando dois cães e dois equinos para sorologia de febre maculosa.

Febre maculosa

A febre maculosa é uma doença transmitida pelo carrapato-estrela ou micuim, infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii. O carrapato-estrela não é o carrapato comum, encontrado geralmente em cachorros, mas se trata da espécie Amblyomma cajennense, que pode ser encontrada em bois, cavalos, cães, aves domésticas, gambás, coelhos e especialmente na capivara.

CRÉDITOS: g1 SE


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