Novo remédio aprovado pela Anvisa é indicado para controle glicêmico; especialista alerta “nem todo mundo aguenta os efeitos colaterais”
Na última semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) registrou um novo medicamento para tratamento de diabete tipo 2.
Segundo a agência, o remédio é indicado para ser usado como complemento à dieta e exercícios para fazer o controle glicêmico de adultos com a doença.
Trata-se do Mounjaro, que promete ser melhor do que o Ozempic para o tratamento de diabete tipo 2. A diferença dos dois medicamentos, segundo a médica endocrinologista do Hospital Sírio-Libanês Claudia Cozer, está na composição.
Toda essa classe de remédios que ajudam na saciedade e na diminuição do apetite são formados por peptídeos intestinais, ou seja, hormônios que ajudam na regulação da fome.
Foto: REUTERS/George Frey/Arquivo |
Na última semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) registrou um novo medicamento para tratamento de diabete tipo 2.
Segundo a agência, o remédio é indicado para ser usado como complemento à dieta e exercícios para fazer o controle glicêmico de adultos com a doença.
Trata-se do Mounjaro, que promete ser melhor do que o Ozempic para o tratamento de diabete tipo 2. A diferença dos dois medicamentos, segundo a médica endocrinologista do Hospital Sírio-Libanês Claudia Cozer, está na composição.
Toda essa classe de remédios que ajudam na saciedade e na diminuição do apetite são formados por peptídeos intestinais, ou seja, hormônios que ajudam na regulação da fome.
No caso do Ozempic, o princípio ativo simula a ação de apenas um hormônio, o GLP-1.
Já o Mounjaro tem como princípio ativo a tirzepatida, que é o primeiro receptor de dois hormônios: o GIP e o GLP-1.
“Por se tratar de dois polipeptídeos, os estudos mostraram uma maior probabilidade de saciedade e emagrecimento com o Mounjaro”, explica a endocrinologista. O GIP e o GLP-1 são neuro-hormônios produzidos pelo trato intestinal humano. “A gente tem essas substâncias no organismo. O que acontece é que estamos fazendo ela no laboratório e injetando no corpo para ter uma dose mais elevada e consequentemente uma sensação maior de saciedade”.
A médica ainda explica que todos os remédios dessa natureza visam principal o controle glicêmico, ou seja, tratar a diabete tipo 2. O segundo efeito é a perda de peso.
Por isso, o Ozempic acaba sendo usado nas duas situações: tratamento de diabete tipo 2,
e emagrecimento.
Por enquanto, a Anvisa não liberou o uso do Mounjaro para tratar somente obesidade. “O Ozempic ficou quase dois anos sem ser liberado para perda de peso, a liberação aconteceu apenas no final do ano passado. A gente acredita que com o Mounjaro vai acontecer o mesmo”, esclarece.
A endocrinologista ainda alerta que ambos os remédios não precisam de prescrição médica, o que acaba aumentando o risco de automedicação, prática não indicada pelos especialistas. Os efeitos colaterais do Mounjaro são bem parecidos com o do Ozempic: enjoo, má digestão, refluxo, prisão de ventre, diarreia e tontura. “Tem gente que não aguenta os efeitos colaterais”, alerta.
Diabete tipo 2
Quando o ser humano ingere alimentos, o pâncreas percebe que está entrando glicose no organismo e secreta insulina. Pessoas com diabete tipo 1 não secretam nada de insulina.
Quem tem diabete tipo 2, secreta um pouco de insulina, uma quantidade menor do que o ideal para o organismo. O Ozempic ou o Mounjaro estimulam o pâncreas a liberar mais insulina, de uma forma proporcional. Ou seja, a quantidade de insulina que é liberada depende da quantidade de glicose consumida.
Obesidade
A médica Claudia Cozer enfatiza que a obesidade é uma doença multifatorial. O Ozempic ou o Mounjaro são drogas novas, categoria de medicamentos que começaram a chegar ao mercado em 2011.
“A última linha de remédios era de 1995, ficou muito tempo sem surgir nenhuma droga nova. Esses remédios ajudam, mas tem muitos pacientes que não conseguem emagrecer ou não continuam o tratamento devido aos efeitos colaterais. É uma nova ferramenta, mas não se encaixa para todo mundo”.
Por Duda Cambraia da CNN
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“Por se tratar de dois polipeptídeos, os estudos mostraram uma maior probabilidade de saciedade e emagrecimento com o Mounjaro”, explica a endocrinologista. O GIP e o GLP-1 são neuro-hormônios produzidos pelo trato intestinal humano. “A gente tem essas substâncias no organismo. O que acontece é que estamos fazendo ela no laboratório e injetando no corpo para ter uma dose mais elevada e consequentemente uma sensação maior de saciedade”.
A médica ainda explica que todos os remédios dessa natureza visam principal o controle glicêmico, ou seja, tratar a diabete tipo 2. O segundo efeito é a perda de peso.
Por isso, o Ozempic acaba sendo usado nas duas situações: tratamento de diabete tipo 2,
e emagrecimento.
Por enquanto, a Anvisa não liberou o uso do Mounjaro para tratar somente obesidade. “O Ozempic ficou quase dois anos sem ser liberado para perda de peso, a liberação aconteceu apenas no final do ano passado. A gente acredita que com o Mounjaro vai acontecer o mesmo”, esclarece.
A endocrinologista ainda alerta que ambos os remédios não precisam de prescrição médica, o que acaba aumentando o risco de automedicação, prática não indicada pelos especialistas. Os efeitos colaterais do Mounjaro são bem parecidos com o do Ozempic: enjoo, má digestão, refluxo, prisão de ventre, diarreia e tontura. “Tem gente que não aguenta os efeitos colaterais”, alerta.
Diabete tipo 2
Quando o ser humano ingere alimentos, o pâncreas percebe que está entrando glicose no organismo e secreta insulina. Pessoas com diabete tipo 1 não secretam nada de insulina.
Quem tem diabete tipo 2, secreta um pouco de insulina, uma quantidade menor do que o ideal para o organismo. O Ozempic ou o Mounjaro estimulam o pâncreas a liberar mais insulina, de uma forma proporcional. Ou seja, a quantidade de insulina que é liberada depende da quantidade de glicose consumida.
Obesidade
A médica Claudia Cozer enfatiza que a obesidade é uma doença multifatorial. O Ozempic ou o Mounjaro são drogas novas, categoria de medicamentos que começaram a chegar ao mercado em 2011.
“A última linha de remédios era de 1995, ficou muito tempo sem surgir nenhuma droga nova. Esses remédios ajudam, mas tem muitos pacientes que não conseguem emagrecer ou não continuam o tratamento devido aos efeitos colaterais. É uma nova ferramenta, mas não se encaixa para todo mundo”.
Por Duda Cambraia da CNN