MP pede investigação de ministro de Lula por ‘carnaval fora de hora’

Márcio Macedo assumiu em janeiro de 2023 o cargo de ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República.

Marcio Macedo assume Secretaria-Geral da Presidência da República — Foto: Pedro Henrique Gomes/g1

O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União pediu nesta quarta-feira (10) que o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Costa Macedo (PT-SE) seja investigado por possível desvio de dinheiro para “carnaval fora de hora”.


“O Ministério Público junto ao TCU oferece representação com o propósito de que o Tribunal [...] decida pela adoção das medidas necessárias a investigar possíveis condutas atentatórias à moralidade administrativa e em desvio de finalidade no uso de verbas públicas para compra de passagens pelo Ministro-Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Sr. Márcio Costa Macedo (PT-SE), com o fito de levar servidores para carnaval fora de época em Aracaju (SE)”, diz o documento ao qual o blog teve acesso.

A representação pede ainda que, se confirmado o desvio de dinheiro público por Macedo, ele devolva o dinheiro aos cofres públicos.

“A compra de passagens pelo Ministro Marcos Macedo para “curtir”, com seus apaniguados, as folias de carnaval fora de época no seu reduto eleitoral, atenta contra a moralidade administrativa e constitui evidente desvio de finalidade no uso de recursos públicos”, indica o documento assinado pelo subprocurador-geral do MP junto ao TCU, Lucas Rocha Furtado.

Em novembro de 2023, Macedo teria levado servidores para participarem do Pré-Caju, uma micareta que precede o carnaval e que acontece em Aracajú, no Sergipe. O caso foi revelado pelo jornal O Globo.

O MP aponta que reportagens veiculadas na terça-feira (9) pela Band e pelo jornal A Tarde indicam que a número 2 da Secretaria-Geral da Presidência da República, Maria Fernanda Ramos Coelho, deixou a Pasta após ter se recusado a aprovar a liberação de verba para a compra de passagens aéreas pelos servidores para a ida ao Pré-Caju. O próprio secretário-geral teria, então, assinado a compra das passagens para a folia, que aconteceu nos dias 3, 4 e 5 de novembro.

Em nota, a Secretaria-Geral da Presidência da República nega ter havido "tratativa sobre quaisquer passagens nem diárias de viagem entre a ex-secretária e o ministro" e afirma que a exoneração de Maria Fernanda foi a pedido e se deu por questões pessoais.

A Pasta diz ter aberto uma sindicância para apurar os fatos.

Márcio Macedo assumiu em janeiro de 2023 o cargo de ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República.

A Secretaria-Geral da Presidência é um órgão que integra a Presidência da República e tem o objetivo de ajudar o presidente na condução estratégica de governo.

Com status de ministério, a pasta funciona no Palácio do Planalto, onde também estão abrigados a Casa Civil, a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), além dos gabinetes do presidente e do vice-presidente da República.

Quem é Márcio Macedo

Márcio Macedo nasceu no município de Esplanada, na Bahia. Filiado ao PT, ocupou o cargo de presidente dos diretórios municipal de Aracaju e estadual de Sergipe do partido.

Entre 2007 e 2010, foi secretário do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Sergipe na gestão do então governador Marcelo Déda.

Em 2015, ocupou o cargo de tesoureiro do PT, permanecendo na função até 2020. Também foi secretário municipal de Participação popular de Aracaju e superintendente do Ibama em Sergipe.

Márcio lançou sua candidatura a deputado federal em 2010, sendo eleito nas eleições daquele ano com 58.782 votos.

Durante o mandato, na legislatura de 2011 a 2014, chegou a ser vice-líder do PT, além de ter presidido a Comissão de Mudanças Climáticas do Congresso.

Em 2018, terminou as eleições com uma suplência para o cargo de deputado federal. Em abril de 2022, tomou posse na Câmara dos Deputados.

Na campanha de 2022, foi tesoureiro da chapa de Luiz Inácio Lula da Silva.

Por Julia Duailibi, Matheus Moreira, GloboNews — São Paulo

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