SINTESE: Redes Municipais e Estadual de ensino vão paralisar: professoras/es reivindicam valorização e se somam a luta de demais trabalhadores

A próxima sexta-feira, dia 22 de março, é dia de paralisação de professoras e professores das Redes Municipais e da Rede Estadual de Ensino de Sergipe, a mobilização faz parte do “Março Vermelho”, mês escolhido pela categoria como mês de luta e ações para cobrar valorização, respeito a carreira, gestão democrática, autonomia docente e educação de qualidade social.

Divulgação/SINTESE

O dia 22 de março será marcado ainda pela Marcha da Classe Trabalhadora, professoras e professores se unirão a demais trabalhadoras e trabalhadores sergipanos na luta em defesa por seus direitos e contra a privatização de um bem que é de todos nós: a água.

A concentração para o início da nossa Marcha será a partir das 7h, em frente a Deso, em Aracaju (Rua Campo do Brito, 331) e seguirá pelas ruas do centro da capital.

Se não houver luta, o próximo alvo seremos nós

Muitas professoras e professores ficaram curiosos sobre os motivos pelos quais a nossa luta se soma a luta contra a privatização da água. Além do dia 22 de março ser o dia Mundial da Água, e água ser um bem essencial para a nossa vida e a do planeta, e, portanto, deve ser um assunto de interesse comum a todos nós, o estado de Sergipe enfrenta um Governo de cunho privatista e neoliberal e se não houver luta, as privatizações vão atingir a todos os setores do estado, inclusive a educação.

“Precisamos entender que o Governo de Fábio Mitidieri se caracteriza como um governo privatista, que quer entregar bens que são do povo sergipano na mão de empresários, que visam o lucro e não o bem-estar da população. O primeiro ataque é a Deso, a nossa água, mas ela não é a única na lista: a educação também está lá. Agora o alvo é a Deso e se não lutarmos para barrar, o próximo alvo seremos nós”, coloca o presidente do SINTESE, professor Roberto Silva.

Quando falamos em privatizar a educação estamos falando em acabar com autonomia das escolas, em entregar a gestão de nossas escolas a grupos empresariais, como segue explicando o professor Roberto Silva.

“Sai a figura dos educadores e educadoras e entra a figura dos “gestores de empresa” dentro da escola. O resultado disso é o fim da autonomia dos professores em sala de aula, a lógica de competição e meritocracia, tanto entre professores, como entre estudantes; seguidos de punições, como o corte de verbas, caso os objetivos não sejam atingidos, o que gera abismos entre escolas, professores e estudantes. O programa Educação Nota 10, lançado no final do ano passado, já é mais uma prova de como o Governo Fábio Mitidieri se encaixa nesta lógica: premiar apenas alguns, excluir outros e não valorizar de fato a educação”, explana o presidente do SINTESE.

A Rede Estadual de Ensino e os reflexos nas Redes Municipais de Ensino

Sabemos que o que é feito na Rede Estadual se reflete nas Redes Municipais em Sergipe. Logo, os problemas que atingem hoje professoras e professores da rede estadual, já estão virando ou pode vir, a qualquer momento, a virar um problema para as professoras e professores das redes municipais, por isso a necessidade da unificação da luta, afinal, somos uma mesma categoria.

A diretora do departamento de Bases Municipais, Emanuela Pereira, conta que ao longo da sua militância no SINTESE, sempre percebeu a movimentação dos gestores municipais no sentido de “copiar” as maldades do Governo do Estado. Para ela a forma de barrar tais tentativas sempre veio pela luta e pela compreensão de unidade.

“Se os professores da rede estadual têm um direito congelado ou perdem um direito, não tarda desta fórmula maldosa tentar ser copiado por alguns gestores municipais, então é como uma bola de neve que deve ser contida o mais rápido possível para que não vire uma avalanche. Dentro dos munícipios fazemos a luta por atualização de piso, por respeito a nossa carreira, por aumento da matrícula, contra a tentativa de entrega das escolas municipais a iniciativa privada, entre tantas outras. Por óbvio que compreendemos as especificidades de luta de cada município, mas há um lugar que une toda a categoria e este lugar é a busca por valorização: da nossa carreira, do nosso trabalho, das nossas escolas. Por isso é fundamental a presença de professores e professoras das redes municipais, de todas as regiões do estado, na marcha do dia 22”, destaca a professora Emanuela.

É preciso entende que na luta da educação tudo está interligado

Quando na nossa campanha Março Vermelho trazemos o mote “valorize a professores e professores agora”, estamos tratando de valorização salarial, a partir do respeito ao que preconiza a Lei, ao que já é nosso por direito, mas também estamos tratando sobre valorização do nosso trabalho e do nosso fazer pedagógico. A diretora do departamento de Base estadual do SINTRESE, professor Ivonete Cruz, reflete sobre a valorização do trabalho.

“Como se dá a valorização do trabalho de professoras e professores por parte dos gestores, seja na esfera estadual ou municipais? Além do respeito a nossa carreira e dos direitos que a solidificam, da garantia de atualização do piso salarial, a valorização passa também por assegurar materiais didáticos e pedagógicos; por oferecer escolas com boa infraestrutura; salas de aula não seja “saunas de aula”; banheiros dignos; quadras esportivas; bibliotecas; recursos tecnológicos; alimentação escolar de qualidade, para que a barriga vazia não seja mais um empecilho enfrentado pelos nossos estudantes para conseguir absorver o que está sendo ensinado; ou seja, é preciso entender que quando o assunto é valorização da educação tudo está interligado, tudo vai fazer parte de qual tipo de processo de ensino e aprendizagem os gestores acreditam e querem investir para o futuro do povo de Sergipe”, enfatiza a dirigente do SINTESE.

Essa luta é de todas e todos

A luta é por valorização do magistério sergipano, é pela defesa e contra a privatização da água, é pelo direito de cada trabalhadora e trabalhador que ser somar a nós na Marcha.

Não deixe de participar da Marcha da Classe Trabalhadora!

Se você é professora ou professor do interior do estado busque as subsedes regionais do SINTESE e faça parte desta caravana de luta.

Dia 22 de março é dia de paralisar e ir para a rua por valorização e por respeito a quem constrói a educação pública.

Esperamos por você, às 7h, na porta da Deso, em Aracaju.

Por SINTESE


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