Cerca de 90% dos corais estão ficando brancos no estado de Sergipe

Cerca de 90% dos corais do litoral de Sergipe estão afetados pelo branqueamento, processo que também afeta os recifes. É o que aponta um levantamento de pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Trata-se da perda da cor, por causa da expulsão ou desnutrição de algas que vivem mutuamente com o animal marinho.

Foto: UFPB

“O coral fica branqueado porque, ao expulsar as algas, ele expõe seu tecido transparente. Isso é um problema grave, pois pelo menos ¼ das espécies marinhas passam pelos recifes,” ressalta a pesquisadora do Laboratório Interdisciplinar para Conservação da Vida e professora de Engenharia de Pesca da UFS, Priscilla Campos.

Foram localizadas 24 espécies de corais, esponjas e peixes recifais no litoral do estado. Entre elas, uma esponja perfurante de coral. Essa identificação, de acordo com a pesquisadora, gera preocupação para a vida marinha, por ser uma espécie invasora que vive em ilhas oceânicas.

“Existe uma série de outros organismos nesse ambiente que são afetados por causa do adoecimento dos corais, como camarão, lagostas e peixes, que são comercialmente importantes e que se alimentam diretamente do coral,” explica Priscilla Campos.

Expedição em alto mar

O levantamento foi feito entre fevereiro e maio deste ano na costa sergipana, em parceria com o Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe (CBMSE) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO).

Por de meio de mergulhos em alto mar, os pesquisadores localizaram os recifes de corais em profundidade de até 25 metros. Houve ainda o uso de drones para demarcação das coordenadas geográficas dos mergulhos.

Embora o Laboratório Georioemar da UFS tenha identificado quatro grandes recifes submersos em Sergipe em 2015, os primeiros mergulhos científicos para a caracterização desses ecossistemas ocorreram somente este ano por meio da expedição.

O projeto é uma parceria da UFS com o Programa Nacional de Monitoramento de Branqueamento de Recifes de Coral. O monitoramento abrange o litoral brasileiro, entre os estados do Maranhão e Santa Catarina.

Desdobramentos científicos

O material coletado na expedição está depositado na Coleção de Zoologia da UFS. Parte das esponjas encontradas no fundo do mar, por sua vez, está passando por análises no Laboratório de Ensaios Farmacológicos da UFS para verificar o potencial farmacológico das toxinas do animal.

“Estamos trabalhando também na criação de produtos tecnológicos e artísticos de linguagem popular para disseminação científica e sensibilização da sociedade sobre a importância da conservação do oceano e dos recifes,” pontua a pesquisadora.


Fonte: Ascom/UFS


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