Sem auxílio para custear internet, sem auxílio para comprar computadores ou celulares, sem treinamento prévio para fazer bom uso da ferramenta: são nessas condições que a prefeitura de Neópolis quer obrigar professoras e professores, da rede municipal de ensino, a fazer uso do diário eletrônico.
Diante do descaso da gestão municipal, professoras e professores decidiram, em assembleia ocorrida no final de julho, que só passarão a usar o diário quando o Município ofertar, para toda a rede de ensino, as condições materiais adequadas para implantação do diário eletrônico, tanto no que diz respeito aos instrumentos tecnológicos necessários, quanto na oferta de internet de qualidade, a partir de garantia de auxílio internet e tecnológico.
A decisão da categoria foi comunicada ao prefeito de Neópolis, Célio Lemos, pelo SINTESE, por meio de ofício.
É importante colocar que o SINTESE não é contrário ao uso do diário eletrônico ou de qualquer outra ferramenta tecnológica que venha para facilitar e contribuir com o trabalho de professoras e professores, no entanto, o Sindicato faz a defesa de que não basta apenas ter o diário eletrônico, adotar um sistema, é preciso que as prefeituras ofereçam treinamento para as professoras e professores, disponibilize recursos para a aquisição de equipamentos necessários e acesso à internet de qualidade.
Professoras e professores que “se virem”
O diário eletrônico é um instrumento que substitui os antigos diários de papel. Neles também professoras e professores lançam as presenças dos estudantes, notas de provas e fazem anotações sobre o conteúdo de suas aulas diárias, tudo isso de maneira on-line.
O que antes precisava apenas de uma caneta para ser feito, agora necessita de internet e de equipamentos tecnológicos, mas a prefeitura de Neópolis ignorou o básico e o óbvio e deu um grande “se virem” para professoras e professores.
E quando falamos que a prefeitura tocou o “se virem” não é exagero. Na dita formação feita pela Secretaria Municipal de Educação de Neópolis para o uso do diário eletrônico, não havia ninguém da gestão municipal capacitado para tirar as dúvidas de professores e professores sobre o uso do diário eletrônico. A empresa contratada para instalar os diários eletrônicos na rede de educação estava presente, mas apenas apresentou a parte técnica da ferramenta e de forma bem rápida, em 30 minutos. Tudo bem aligeirado, sem a efetiva preocupação se professoras e professores conseguiriam usar ou não o diário eletrônico.
Denúncias feitas ao SINTESE dão conta de que professoras e professores estão sendo coagidos a usarem seus celulares e seus planos da dados para preencher o diário eletrônico.
Pressão e cargos ocupados indevidamente
A pressão para que as professoras e professores de Neópolis usem seus equipamentos pessoais para preencher o diário eletrônico está vindo de dentro da secretaria municipal de educação e das próprias escolas, onde coordenadoras coagem e constrangem professoras e professores para preencher os diários eletrônicos, sem qualquer tipo de auxílio.
O que torna a situação ainda mais grave é que essas coordenadoras, tanto da secretaria como das escolas, não fazem parte do quadro efetivo de professores da rede municipal de ensino de Neópolis, são pessoas contratadas, por meio de PSS, que estão em desvio de função, exercendo funções de coordenação indevidamente. O cargo deve ser ocupado por uma professora ou professor concursado, efetivo da rede.
A diretora de comunicação do SINTESE, na região do Baixo São Francisco II e professora em Neópolis, Benalva dos Santos, conta que, desde de 2023, a categoria está na luta para que a gestão municipal de Neópolis faça a implantação do diário eletrônico, dando todos os instrumentos necessários ao seu uso, mas a prefeitura e a secretaria municipal de educação ignoram todas as preocupações e apelos feitos.
“A gestão municipal prefere ignorar nossos apelos, ignorar o que é correto, e simplesmente joga em nosso colo a diário eletrônico, com se não tivesse qualquer tipo de responsabilidade com isso, como se dissessem “se vira, professora”. Não dão treinamento, ignoram dificuldades individuais de alguns professores com o uso da tecnologia e, como se tudo isso fosse pouco, ainda estamos sofrendo pressão dentro das escolas para usar de qualquer jeito, ou seja, a prefeitura quer que a gente tire dinheiro do nosso bolso para trabalhar. É como se um pedreiro para trabalhar tivesse que levar os tijolos ou um motorista de ônibus colocar gasolina no ônibus da empresa para trabalhar… É absurda assim a situação que professores e professores estão vivendo em Neópolis. Por isso, seguiremos em resistência e só faremos o uso dos diários eletrônicos quando as verdadeiras condições materiais nos forem dadas”, afirma a dirigente do SINTESE.
Por Luana Capistrano
Foto: Divulgação SINTESE |
Diante do descaso da gestão municipal, professoras e professores decidiram, em assembleia ocorrida no final de julho, que só passarão a usar o diário quando o Município ofertar, para toda a rede de ensino, as condições materiais adequadas para implantação do diário eletrônico, tanto no que diz respeito aos instrumentos tecnológicos necessários, quanto na oferta de internet de qualidade, a partir de garantia de auxílio internet e tecnológico.
A decisão da categoria foi comunicada ao prefeito de Neópolis, Célio Lemos, pelo SINTESE, por meio de ofício.
É importante colocar que o SINTESE não é contrário ao uso do diário eletrônico ou de qualquer outra ferramenta tecnológica que venha para facilitar e contribuir com o trabalho de professoras e professores, no entanto, o Sindicato faz a defesa de que não basta apenas ter o diário eletrônico, adotar um sistema, é preciso que as prefeituras ofereçam treinamento para as professoras e professores, disponibilize recursos para a aquisição de equipamentos necessários e acesso à internet de qualidade.
Professoras e professores que “se virem”
O diário eletrônico é um instrumento que substitui os antigos diários de papel. Neles também professoras e professores lançam as presenças dos estudantes, notas de provas e fazem anotações sobre o conteúdo de suas aulas diárias, tudo isso de maneira on-line.
O que antes precisava apenas de uma caneta para ser feito, agora necessita de internet e de equipamentos tecnológicos, mas a prefeitura de Neópolis ignorou o básico e o óbvio e deu um grande “se virem” para professoras e professores.
E quando falamos que a prefeitura tocou o “se virem” não é exagero. Na dita formação feita pela Secretaria Municipal de Educação de Neópolis para o uso do diário eletrônico, não havia ninguém da gestão municipal capacitado para tirar as dúvidas de professores e professores sobre o uso do diário eletrônico. A empresa contratada para instalar os diários eletrônicos na rede de educação estava presente, mas apenas apresentou a parte técnica da ferramenta e de forma bem rápida, em 30 minutos. Tudo bem aligeirado, sem a efetiva preocupação se professoras e professores conseguiriam usar ou não o diário eletrônico.
Denúncias feitas ao SINTESE dão conta de que professoras e professores estão sendo coagidos a usarem seus celulares e seus planos da dados para preencher o diário eletrônico.
Pressão e cargos ocupados indevidamente
A pressão para que as professoras e professores de Neópolis usem seus equipamentos pessoais para preencher o diário eletrônico está vindo de dentro da secretaria municipal de educação e das próprias escolas, onde coordenadoras coagem e constrangem professoras e professores para preencher os diários eletrônicos, sem qualquer tipo de auxílio.
O que torna a situação ainda mais grave é que essas coordenadoras, tanto da secretaria como das escolas, não fazem parte do quadro efetivo de professores da rede municipal de ensino de Neópolis, são pessoas contratadas, por meio de PSS, que estão em desvio de função, exercendo funções de coordenação indevidamente. O cargo deve ser ocupado por uma professora ou professor concursado, efetivo da rede.
A diretora de comunicação do SINTESE, na região do Baixo São Francisco II e professora em Neópolis, Benalva dos Santos, conta que, desde de 2023, a categoria está na luta para que a gestão municipal de Neópolis faça a implantação do diário eletrônico, dando todos os instrumentos necessários ao seu uso, mas a prefeitura e a secretaria municipal de educação ignoram todas as preocupações e apelos feitos.
“A gestão municipal prefere ignorar nossos apelos, ignorar o que é correto, e simplesmente joga em nosso colo a diário eletrônico, com se não tivesse qualquer tipo de responsabilidade com isso, como se dissessem “se vira, professora”. Não dão treinamento, ignoram dificuldades individuais de alguns professores com o uso da tecnologia e, como se tudo isso fosse pouco, ainda estamos sofrendo pressão dentro das escolas para usar de qualquer jeito, ou seja, a prefeitura quer que a gente tire dinheiro do nosso bolso para trabalhar. É como se um pedreiro para trabalhar tivesse que levar os tijolos ou um motorista de ônibus colocar gasolina no ônibus da empresa para trabalhar… É absurda assim a situação que professores e professores estão vivendo em Neópolis. Por isso, seguiremos em resistência e só faremos o uso dos diários eletrônicos quando as verdadeiras condições materiais nos forem dadas”, afirma a dirigente do SINTESE.
Por Luana Capistrano